IPCB - Instituto Politécnico de Castelo Branco
Janeiro de Cima, Fundão
Entre as serras da Gardunha e do Açor, perto da barragem de Santa Luzia e encostada ao rio Zêzere, encontra-se Janeiro de Cima. Nas ruelas da aldeia sobressai o casario com alvenaria em xisto, calhaus roliços e argila, numa multiplicidade de texturas e padrões irregulares. Além da arquitetura popular, as barcas tradicionais e a Casa das Tecedeiras rematam a marcas que caracterizam a aldeia.
O linho, planta outrora utilizada nas pequenas indústrias têxteis artesanais de norte a sul do país, e com grande expressão em Janeiro de Cima, era produzido e trabalhado nos meios rurais, principalmente pelas mulheres, que se dedicavam a esta actividade nas horas livres das lides domésticas.
A espadela, utensílio usado para libertar as fibras têxteis das partes lenhosas do linho, foi a inspiração
para a concepção deste objecto. Ao utensílio original a peça vai buscar a forma triangular, onde a textura da madeira se evidencia e a ligação ao têxtil ganha sentido. Neste acessório, o tradicional e o intemporal passam a ser uma realidade para a mulher urbana, que valoriza o meio ambiente e a utilização de fibras naturais. Do tecer da teia, da textura do xisto e da madeira da região surge uma “clutch” para a mulher contemporânea.
“Clutch” de madeira de faia com saco de transporte e uma pequena bolsa interior, ambas de linho estampado com pasta de alto relevo.