Deslocada do território, a forma que Vânia Kosta encontrou para dele se aproximar foi viajando pelas imagens aéreas adquiridas à distância de um clique. Através dessas imagens reais do território nas margens do rio Zêzere, Vânia inspirou-se nos desenhos criados pelas terras cultivadas, lembrando uma manta de retalhos. As linhas rectilíneas desenhadas nos solos reflectiam os inúmeros gestos de semear os campos.
Recorrendo à técnica do patchwork, uniram-se retalhos de vários tecidos sobre uma base de pano crú 100% algodão, recriando os desenhos das terras aradas com fios de linho e algodão. A artesã mergulhou na terra, fresou e semeou os campos de tecidos, não com as alfaias agrícolas, mas com as suas ferramentas de trabalho: as mãos, as agulhas e as linhas.
As linhas e os pontos obtidos no verso da face bordada criavam igualmente desenhos interessantes, e Vânia optou por revelá-los. Cada almofada tem 50cm X 50cm, e as quatro faces evocam o território que podemos abraçar. No verso pode ler-se a frase: “Semeando a terra nas margens do Rio Zêzere”.